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12/11/2015
9/08/2015
Sinopse
Um objeto não
identifica estaciona na Lua, ninguém parece saber a sua origem.
Gustavo um informático de meia idade, com uma vida cómoda e
cinzenta, decide fazer uma lista, juntamente com dois amigos, para
tentar sobreviverem caso de um hipotético ataque. Fica obcecado com
a lista, gasta uma fortuna, assalta uma farmácia e é considerado
louco pela própria família, mas após o ataque o louco era o mais
bem adaptado à nova era da sociedade.
6/28/2015
Lançamento para 2016
O Bom Ditador tem lançamento previsto para 2016, até lá deixo alguns parágrafos de capa capitulo.
Cap. 1 - UMA VIDA CÓMODA
........Marta
chegou quase às dezanove horas, com um ar agitado e stressado, pedindo desculpa
pelo atraso, justificando-se com a avaria de uma máquina importante da fábrica,
Gustavo não deu importância à sua desculpa, na realidade normalmente mal
prestava atenção ao que dizia a sua mulher. Ao sentar-se em frente ao volante
do seu carro pensou que seria penoso fazer estes duzentos e cinquenta
quilómetros de viagens com Marta.
Gustavo
colocou o CD de Chico Buarte para o ajudar a fazer a viagem, pensando que Marta
não se queixaria pois a música seria calma e tranquila. Preferiria fazer aquela
viagem com outra pessoa, achava a sua mulher muito desinteressante, não tinha
qualquer gosto cultural, não entendia de música, só via filmes cómicos ou
românticos, não gostava de ler e não sabia quase nada daquilo que passava no
mundo, não ouvia nem via notícias. Gustavo já não a amava, sabia disso,
achava-a uma mulher atraente, gostava do cheiro dela e de fazer amor com ela,
mas já algum tempo que não a amava. Não pensava em divorciar-se, Marta era uma
boa mãe para os seus filhos, os dois tinham conseguido criar um belo lar com
uma bonita casa, tinham uma vida cómoda e confortável, mas estava seguro que se
não houvesse filhos ele já teria pedido o divórcio. Alguma vez imaginou que
Marta morria e que ficaria com o seu seguro de vida, mas rapidamente tirava
essa ideia da cabeça, Marta era uma excelente mãe e Gustavo valorizava isso.
6/27/2015
Cap. 2 - UM VISITANTE INESPERADO
.....Gustavo
pensou que não tinha percebido as palavras dela, “aquilo da Lua”, pensou que
realmente aquela prima não estava bem da cabeça tal como a metade da população
local.
Ao chegar
a casa estranhou que os seus filhos já não estavam em frente à televisão e em
vez deles estava o seu sogro, em vez de desenhos animados o canal estava a
transmitir um extra informativo. “Objeto não identificado estacionou na Lua”
estava em letras grandes no ecrã, enquanto dava imagens estáticas do que
parecia ser uma espécie de prédio verde com pernas em cima da Lua. O jornalista
falava sobre este acontecimento com bastante cuidado e repetindo-se
frequentemente demonstrando que tinha pouca informação sobre o tema.
Cap. 3 - A LISTA
...ligou
o seu computador, começando a organizar um pouco os papéis que
estavam em cima da mesa. Começou por abrir o seu correio eletrónico
e viu que havia um e-mail de Norton com o titulo de “8 dicas para
sobreviver”, abriu o e-mail que tinha um endereço para um blogue
de um tipo qualquer que fez uma lista sobre as coisas necessárias em
caso de ataque dos extraterrestres.
1
– Abrigo
É
necessário ter um esconderijo, tipo bunker,
onde não poderão entrar os invasores;
2
– Comida
Há
que comprar o quanto antes comida enlatada, desde grão, feijão,
atum, sardinhas etc;
3
– Água potável
Possivelmente
os invasores poderiam contaminar as nossas terras e águas pelo que,
haverá que ter muita água potável;
4
– Armas
Irá
reinar a lei do mais forte por isso, quando mais armas temos, mais
hipóteses temos de sobreviver, será obrigatório também pensar em
mascaras anti-gás;
5
– Medicamentos
As
pessoas que necessitam de medicamentos para viver terão de ter umas
quantas reservas preparadas e o melhor é criar uma coleção de
primeiros socorros:
6
– Sementes
Como
já disse é possível que os invasores contaminem o ambiente, mas
caso isso não aconteça devemos juntar o máximo de sementes
agrícolas para começar a criar a nossa alimentação;
7
– Energia
Rapidamente
acabarão as nossas reservas energéticas, assim deveremos acumular o
máximo possível de pilhas, materiais de energia solar e gasolina;
8 – Informação
Será
necessário obter informação de como fazer as coisas, manuais sobre
agricultura, energia, eletricidade, informática etc.8 – Informação
Cap. 4 - O DECLÍNIO
Ao
terminar a conversa Gustavo sentiu-se com sorte por ter um amigo tão leal como Norton,
além disso, sentiu-se forte, o líder de uma quadrilha de mafiosos que iriam dar
um grande golpe, mas em seguida pensou que assaltar uma farmácia e um camião
era coisa de ladrões que poderia ter muitos problemas e ainda acabar na prisão
cheio de vergonha, que essas artimanhas não eram para ele, simples funcionário
camarário, que seria melhor não cometer qualquer crime. Tinha dúvidas e
sentiu-se numa encruzilhada, ainda a menos de cinco minutos dava ordens de
execução de um assalto ao seu amigo e agora vacilava, sentia que estava a jogar
numa liga fora da sua, que podia cometer um erro. Tinha de encontrar uma
solução sem necessidade de arriscar o que tinha conseguido até agora.
Cap. 5 - A ESPERA
Gustavo
dormiu mal durante a noite e quando acordou de manhã tudo estava igual, a única
diferença era alguma chuva que caía. Durante todo o dia olhou para céu à espera
que algo acontecesse, mas do céu só caiam umas gotas que faziam que o cheiro
proveniente da terra fosse diferente. A televisão dava conta que começavam a
abrir as lojas, centro comerciais e hipermercados em Lisboa e no resto do mundo
a situação acalmava-se. Marta falou ao telefone com o seu chefe e este
tinha-lhe dito que segunda-feira retomariam a produção. Logicamente que Marta
informou o seu marido que amanhã, domingo, teriam de voltar à sua casa. Os seus
sogros já estavam a fazer as malas, amanhã de manhã já se iriam para Barrancos,
apenas queriam ir visitar uma prima de Maria em Castelo Branco e depois
partiriam. Gustavo sentia-se derrotado, não podia fazer nada para que a sua
família continuasse ali, mais que isso, sentia-se dececionado com os
extraterrestres que tinham ameaçado e que não tinham cumprido com a ameaça.
Além disso, já não suportava as piadas dos seus sogros em relação aos animais
que estavam no quintal.
Cap. 6 - O RECOMEÇAR
Ao
terminarem uma curva, o carro de Norton para. À frente deles estava o limite da
cidade, mas essa cidade já não existia, em vez dela estava uma poeira enorme,
uma espécie de nevoeiro que não permitia ver nada. Esse nevoeiro não se mexia,
parecia estático, era como uma barreira branca que ia desde o solo até às
nuvens. Era impressionante e medonho. Após vários minutos a olharem para
aquilo, Gustavo decidiu avançar devagar até ao nevoeiro, os outros dois ficaram
para trás rígidos pedindo-lhe cuidado a Gustavo, quando este tentava avançar
pela camada branca sente um cheiro nauseabundo e em seguida os seus olhos ficam
a arder e deixa de ter oxigénio. Rapidamente recua a tossir e os seus dois
companheiros vão ajuda-lo a recompor-se. Sentam-no numa pedra que estava bem
mais atrás, para que Gustavo possa recuperar e juntos olham para aquele
fenómeno branco como se fosse um espetáculo terrível.
Cap. 7 - A REUNIÃO
Gustavo
afastou-se com a dúvida se tinha magoado os sentimentos do velho Proença, mas
com alívio de deixar para trás aquele ser que lhe dava repúdio. Pelo seu lado,
Proença ficou imóvel durante algum tempo, perplexo com as palavras de Gustavo.
Antes da reunião tinha intenção de dar lugar aos novos, de deixar a presidência
da comissão em alguém mais jovem da sua confiança e ao ouvir Gustavo pensou que
seria a pessoa idónea para assumir essa responsabilidade. Jamais lhe passou pela
cabeça que alguém podia candidatar-se à comissão sem que ele estivesse na
cabeça da lista ou pelo menos na lista. Ele tinha criado a comissão, tinha
representado a aldeia durante vinte anos e agora um menino da cidade vinha com
a intenção e tirar-lhe o lugar sem sequer pedir licença ou autorização. A sua
perplexidade passou a indignação e em seguida a fúria e humilhação. Decidiu que
não iria sair assim, pela porta traseira, a sua obra e o seu legado merecia o
reconhecimento dos seus concidadãos.
Dirigiu-se para casa pensando numa forma de vingar a humilhação que Gustavo lhe
fez passar, estava decidido que iria continuar a ser o presidente da comissão
nem que para isso tivesse que convencer ou mesmo obrigar a votarem todos nele.
Cap. 8 - UMA AVENTURA ELEITORAL
....sentiu
no ar o calor sufocante que se fazia sentir e previu facilmente que aquele
seria mais um dia de verão e calor tórrido, mas a sua mente rapidamente voou
para aquilo que tanto esperava, era o dia das eleições. Tinha passado uma noite
má, agitada com sonhos sem qualquer sentido e acordou várias vezes com ânsia de
que a escuridão da noite fosse substituída pela luz do dia. Pensou que poderia
perder as eleições e esse pensamento deixou-o quase a tremer e aí notou que
estava demasiado nervoso e ansioso, desejava saber já o vencedor e estava claro
que não estava preparado para perder, a derrota seria para ele uma enorme
humilhação e até chegou a ponderar em não aceitar o resultado caso este não
fosse do seu agrado, mas todos estes pensamentos desapareceram da sua mente,
tinha combinado tomar o pequeno almoço com Norton que estaria na mesa de voto
durante esse dia.
Cap. 9 - OS VIZINHOS
- Esses estatutos
são ridículos, não têm qualquer legitimidade, tal como este exército que você
criou está totalmente fora da lei.
- Da lei? - Gustavo
dá uma pequena gargalhada – Qual lei? Você ainda pensa que é o comandante da policia? Meu amigo, essa instituição já acabou, já não existe, tal como
desapareceu qualquer cidade de Portugal, o Estado ou mesmo o país já não
existe, o que resta de Portugal é a sua língua e restos culturais. Estamos numa
nova era e há que adaptar-se aos novos tempos. Vocês querem energia, querem
luz, então aceitem os estatutos.
- Mas entenda
senhor Gustavo – interrompeu o ex-presidente para tentar acalmar os ânimos. –
Aquilo que você pede é dar-nos energia em troca do seu controlo sob a nossa
aldeia e terras e isso é um pouco exagerado.
Cap. 10 - RUTE
- Dormes no quarto
dos convidados esta noite, amanhã de manhã deixarei-te no Centro de Dia para
iniciares o processo de cidadania. Já vi que a minha mãe te deu roupa da minha
ex-mulher, se queres podes escolher do armário aquilo que precisares.
Rute estava cansada e
pouco depois de deitar-se na cama adormeceu, mas antes fantasiou um sonho com
Gustavo, imaginou os dois a entrarem num bom restaurante, vestidos
elegantemente, a terem conversas interessantes entre olhares apaixonados e
depois um passeio junto ao mar numa noite quente de verão.
Por seu lado Gustavo,
custou-lhe adormecer, imaginou que Rute se levantaria a meio da noite para
deitar-se com ele e que sem necessidade de palavras faziam amor.
........
De todos os conselhos
que Rute lhe dava, houve um parágrafo em especial que tinha ficado na mente de
Gustavo:
- Quando estamos em
tempos conturbados como estes, é necessário que surja um governo forte e
decidido, sem medo de fazer cortes ou mudanças radicais, é importante que
controle a opinião pública e a educação, que no seu seio não haja guerras
internas ou divisões e que se necessário tenha que utilizar métodos pouco
ortodoxos para obter um resultado de união e homogeneidade. A verdade será
sempre aquela que os vencedores contam.
6/26/2015
Cap. 11 - O ATAQUE
- Ora bom dia meu
amigo José Lino, que bom voltar a vê-lo. – Faz sinal aos homens que o
acompanharam para que os deixassem sozinhos. – Da última vez que nos vimos as
posições eram diferentes, você tinha um ar arrogante, trazia homens armados e
praticamente nem me deixou falar e eu até tinha trazido as pessoas mais
tolerantes e sensatas da minha equipa, mas como não funcionou hoje trouxe
outras pessoas.
- Você é louco se
pensa que isto vai ficar assim.
Gustavo soltou uma
gargalhada espontânea e parecia divertir-se imenso com a situação.
- Então, diga-me o
que vai acontecer, vem a polícia salvar-vos? o Estado? Alguma organização ou
partido de esquerda que apoia minorias étnicas?
José Lino sentiu-se
frustrado, Gustavo tinha razão, não havia ninguém que podia ajuda-lo, estava a
mercê de um louco que tinha acabado de fazer um ato atroz ao seu povo e podia
estar perto de assistir a uma chacina, preferiu ficar calado e ouvir o que
aquele desequilibrado teria para contar-lhe, mas antes esclarecer um ponto.
Cap. 12 - CAÇA ÀS BRUXAS
Toda aquela emoção
tinha deixado Gustavo com algum remorso do que tinha planeado, ainda mais
quando teve que enfrentar-se à viúva com as duas pequenas filhas que tinham a
idade dos seus filhos, Gustavo tinha chorado em público e até o próprio Norton
e Zeca sabiam que aquelas lágrimas não eram teatro, realmente Gustavo sentia
remorsos daquela situação e na sua cabeça existia a dúvida cada vez maior que
tinha cometido um enorme erro, nenhum país, nenhum ideal ou nenhum regime pode
estar certo quando cria uma tamanhã dor. Gustavo nunca contava os pormenores
das suas ações a Rute, não era necessário, ela sabia de tudo e não queria saber
todos os detalhes. Nessa noite Rute mais uma vez tratou do ânimo de Gustavo,
dando força para seguir na sua difícil tarefa, que estava no bom caminho e que
certos sacrifícios teriam de ser feitos para poder viver numa sociedade mais
limpa e pura que a anterior ao ataque.
Capitulo Final - PRESSÁGIO
Enquanto Zeca baixava
a cabeça e deixando cair os ombros para a frente, sentiu que era injusto o modo
como Gustavo o tratava, sentiu que por muito que tentasse nunca o satisfazia,
eram de mundos e origens diferentes, pela primeira vez uma ideia foi semeada na
sua cabeça, um golpe de estado, era ele quem mandava nos soldados, não seria
tão difícil eliminar Gustavo. Seria uma ideia para pensá-la com cuidado e mais
tarde germina-la.
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