Era
evidente que o ambiente que se vivia naquela casa era de alegria e satisfação,
de relaxamento e amizade, o único elemento discordante era Gustavo, que via
passar mais um dia sem qualquer ataque e via pelas notícias que aos poucos a
sociedade se ia acalmando. Não estava feliz, estava sim preocupado que não
houvesse ataque ou pior que o ataque fosse daqui a muito tempo. A presença dos
seus sogros também não ajudava, não gostava deles, eram demasiado simplórios e
ignorantes e as constantes afirmações onde ridicularizavam as suas compras,
estavam pô-lo à beira de um ataque de nervos.
Gustavo
dormiu mal durante a noite e quando acordou de manhã tudo estava igual, a única
diferença era alguma chuva que caía. Durante todo o dia olhou para céu à espera
que algo acontecesse, mas do céu só caiam umas gotas que faziam que o cheiro
proveniente da terra fosse diferente. A televisão dava conta que começavam a
abrir as lojas, centro comerciais e hipermercados em Lisboa e no resto do mundo
a situação acalmava-se. Marta falou ao telefone com o seu chefe e este
tinha-lhe dito que segunda-feira retomariam a produção. Logicamente que Marta
informou o seu marido que amanhã, domingo, teriam de voltar à sua casa. Os seus
sogros já estavam a fazer as malas, amanhã de manhã já se iriam para Barrancos,
apenas queriam ir visitar uma prima de Maria em Castelo Branco e depois
partiriam. Gustavo sentia-se derrotado, não podia fazer nada para que a sua
família continuasse ali, mais que isso, sentia-se dececionado com os
extraterrestres que tinham ameaçado e que não tinham cumprido com a ameaça.
Além disso, já não suportava as piadas dos seus sogros em relação aos animais
que estavam no quintal.
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